sábado, 17 de setembro de 2011

Trabalho: procura-se!

Ontem tive a pior entrevista de trabalho da minha vida. A candidatura não se limitou a um simples enviar de CV, tive de redigir um artigo sobre a empresa e estava entusiasmada. Queria mesmo trabalhar ali, queria fazer parte daquela causa, desafiar-me e voltar a fazer algo totalmente diferente. Sim, ando numa de experimentar coisas diferentes.

Cheguei lá e tive de esperar pela responsável que ia conduzir a entrevista. A empresa fica bem localizada, tem um lindo jardim e já me estava a imaginar a ler debaixo de uma árvore durante a hora de almoço. Lá fiquei à espera, sentada num sofá, na condição de observadora participante. Só faltavam os cubículos para ser um open space à americana. Ninguém falava, toda a gente tinha uns headphones enfiados e não havia boa disposição. Mmmm... mau sinal.

Lá chega a responsável, atrasada. Espero mais um pouco e lá sou chamada. E lá começou a pior entrevista de trabalho da minha vida (tenho 24 anos, não fui assim a tantas mas esta entra directamente para a lista negra). Começou por criticar o meu percurso profissional - "Só trabalhou no privado". Sou jornalista, é normal que só tenha trabalhado em empresa privadas mas nunca tive regalias - trabalhei a custo zero, fui pau para toda a obra por 500 euros a recibos verdes e carreguei um departamento inteiro às costas (eu era a chefe da equipa composta única e exclusivamente por mim). Sempre trabalhei bastante, sempre dei o melhor, sempre fiz o possível e o impossível. O dinheiro, o privado, as regalias... nunca foram determinantes no meu trabalho.
E lá continuou. Foi uma entrevista de trabalho conduzida num tom agressivo, em que questionaram constantemente as minhas capacidades e onde tive de arranjar estratégias para tudo e mais alguma coisa num estalar de dedos. Se tinha respeito pela empresa e pela causa... desapareceu. Não quero trabalhar com pessoas assim, não quero trabalhar num sítio assim. Sinto-me mal por ter de recusar um trabalho (nos dias que correm) caso seja chamada.

Revolta-me que as entrevistas de trabalho não sejam standard. Isto é, nunca sabemos ao que vamos. Todas são diferentes, há testes, há desafios, há segundas e terceiras fases. Quando entrei no mercado do trabalho isto não era assim. Seleccionavam uns cvs, chamavam e faziam a entrevista. Depois era o sim ou sopas. Agora não: querem mundos e fundos pelo menor custo possível, querem um jornalista-rp-marketeer-assessor-programador por 500 ou 600 euros. E para lá chegarmos... temos de comer muita areia.

2 comentários:

Cate disse...

Não desanimes. A sorte acaba por nos sorrir. Beijinho.

izzie disse...

Engraçado...
Parece que estás a falar do meu percurso profissional e das muitas entrevistas a que já fui.
E sim, também eu ando farta do mau ambiente, das falsas aparências das empresas/instituições e de não conseguir sair do mesmo sítio...

Beijinho,

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