terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

The Good, The Bad and The Average

The Good: Tudo pode dar certo (Whatever Works)

É o regresso de Woody Allen às origens: a Nova Iorque (depois de ter andado a filmar por Londres e Barcelona) e à sua filmografia pré-Match Pont. Sim, é que em Allen há um pré e um pós-Match Point. Uma barreira outrora bem definida que passa agora a estar diluída.

Enfim… é um regresso em grande às origens. Os diálogos são geniais, fabulosos, uma pièce de resistance que só a muito custo encontramos no cinema ou nos livros. Restam-nos as séries de televisão, cada vez mais ambiciosas e bem concebidas, mas nem estas vão tão longe.

Na pior das hipóteses podemos pensar que estamos a assistir a um episódio melhorado (ainda mais genial e com menos acidentes) de Curb Up Your Enthusiasm. E é aqui que se gera o problema. Se conseguimos ver Woody Allen naquele Boris descontente com tudo, conseguimos também ver Larry David na sua persona. Afinal quem é aquele? Woody ou Larry? Prefiro pensar que o nova-iorquino Boris é uma simbiose dos dois.

Depois há uma Evan Rachel Wood diferente da que vimos até hoje. Uma menina dos beauty pageants com sotaque e parvoíce para dar e vender. E claro… uma Patricia Clarkson com muito mais brilho que em Vicky, Cristina, Barcelona.

Woody Allen é assim: um génio, um mestre. Alguém cujas psicoses nos apaixonam. Whatever Works é um filme que não desilude (surpreende até).


The Bad: Homens que matam as cabras só com o olhar (Men who stare at goats)


Há Clooney? Há! E também há Spacey e McGregor, já para não falar no resto do gang. Enfim actores consagrados e giros que vêm aterrar num filme que não dá com nada. Efeitos da crise? I bet ya. Bem, crise e favores para não parecer mal. Afinal de contas o realizador deste filme é o produtor de Good Night and Good Luck, o primeiro filme realizado por George Clooney, uma película em blanc et noir sobre jornalismo que teve algumas nomeações aqui e ali (nomeadamente Óscares da Academia).

O título é parvo? É, mas o filme consegue sê-lo bem mais. É um dá com nada, um what the fuck, um i want my money back.

É caso para dizer que certas pessoas nunca devem sair da produção. Deixem as aventuras com as câmaras para os meninos crescidos.



The Average: A Bela e o Paparazzo

Este é o filme que tira a António-Pedro Vasconcelos a maldição de realizador bissexto. Marca também o fim dos chumbos no ICA, uma vez que o projecto para este filme foi aprovado à primeira.

Marca ainda o surgimento de uma Soraia Chaves mais descontraída e compostinha. Não há cá nus, nem queres foder. Acho que posso dizer o seguinte: este é o filme em que nos sentimos mais sexy que Soraia Chaves.

Há também Marco Almeida. O mais importante é que há química entre os dois. It Works!

Se Larry David pode ser Larry David num Woody Allen, Nuno Markl também pode ser Nuno Markl num António-Pedro Vasconcelos. Atenção, nada de cameos uma vez que esses ficam para o realizador (tomou-lhe o gosto, não?) e o produtor.

Posso dizer que este é o blockbuster português com menos impropérios (uns 10 praí ao longo de todo o filme) e a primeira comédia romântica feita em Portugal (se excluirmos o período áureo do cinema português), ainda por cima bem feita.

Way to go, A-PV.

2 comentários:

Kika disse...

Vi o whatever works e gostei muito :)

Olhos Dourados disse...

Só vi o dos homens que matam cabras so com o olhar e achei parvo!

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