Há coisas em que não sou tipicamente portuguesa.
Ora, tenho uma pontualidade tipicamente britânica (que condiz na perfeição com o meu british accent). Chego sempre entre quinze minutos a meia-hora antes do combinado.
E... não sou saudosista. De nada me interessam as glórias dos Descobrimentos quando agora somos habitués na cauda da Europa. Não gosto do passado: tenha sido glorioso ou um fracasso. Não quero saber. O tempo passa e desfaço-me das provas do tempo que já passou. Não tiro fotografias (prefiro gravar na memória os momentos), não guardo diários ou recordações de pessoas.
Passado. Não sei viver com o meu, quanto mais com o dos outros. Serve-nos de consolo a máxima "Eu não sou a única". Certamente que não, mas depois ao minimo clique fazemos figuras estúpidas, como se fossemos picados por uma agulha hipodérmica defeitosa: ou seja, em vez de agirmos como todos os outros fazemo-lo da maneira mais rebelde e socialmente incorrecta.
Não gosto do passado, sobretudo dos fantasmas que ele representa. Sem pudor e provavelmente no cúmulo da minha arrogância sou capaz de virar a cara, fazer ouvidos moucos, mudar de passeio ou fingir que falo ao telemóvel.
Depois caio na real. Passado é passado, está morto, enterrado e os outros não têm culpa.
Um comentário:
Não é bem verdade,os paquistaneses londrinos sabem o quanto aprecias o postal ;)
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